1º Congresso de Prevenção a Fraudes FEBRABAN: confira os destaques

Publicado em 13/05/24 | Atualizado em 13/05/24 Leitura: 10 minutos

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1º Congresso de Prevenção a Fraudes FEBRABAN: confira os destaques

1º Congresso de Prevenção a Fraudes FEBRABAN: confira os destaques

Qual é o papel da sociedade no combate ao risco bancário? Como iniciativas públicas e privadas podem atuar em conjunto? Quais são as tecnologias utilizadas pelas instituições para garantir a segurança do ecossistema financeiro? Essas e outras questões ganharam destaque durante o 1º Congresso de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN, realizado nos dias 07 e 08 de maio, em São Paulo. 

Nesse blog post, contamos como foi o evento e quais foram os temas que mais chamaram atenção durante os dois dias de painéis e palestras. Confira! 

1º Congresso de Prevenção a Fraudes FEBRABAN

Em sua primeira edição, o Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes, Segurança Cibernética e Bancária, organizado pela Federação Brasileira de Bancos e seus associados, surge como mais uma iniciativa para alavancar o debate sobre o uso de tecnologias inovadoras no combate ao risco financeiro. 

O evento presencial foi realizado no espaço Villa Blue Tree, em São Paulo, e reuniu representantes de órgãos públicos, reguladores e entidades nacionais e internacionais. 

O encontro proporcionou debates sobre o panorama das fraudes eletrônicas no Brasil e no mundo, estratégias internas de prevenção ao vazamento de dados, uso de inteligência artificial e outras tecnologias para detecção e combate ao risco, além de falar sobre a importância da relação público/privada no enfrentamento dessa questão. 

No primeiro dia, o evento dividiu o auditório em dois palcos com painéis simultâneos. Os convidados puderam acompanhar as apresentações através de um fone, escolhendo canais em português, inglês e espanhol. O congresso trouxe painéis com Isaac Sidney (Presidente da FEBRABAN), Belline Santana (Chefe de Departamento de Supervisão Bancária do Banco Central), Roberto Biasoli (Delegado da Polícia Federal), entre outros. 

Já no segundo dia, o auditório foi unificado, trazendo ao palco representantes internacionais, como Emmanuel Kessler (Europol), Matt LaVigna (NCFTA – National Cyber-Forensics and Training Alliance) e Martin Stocker (Polícia de Londres). 

Os participantes que optaram pelo formato online puderam acompanhar a transmissão ao vivo da grade completa de conteúdos através do canal oficial do evento. 

O 1º Congresso de Prevenção a Fraudes FEBRABAN ainda contou com o Cyber Lab, uma programação própria de atividades. O ambiente ofereceu uma experiência em realidade virtual que simulava a resposta das instituições em caso de ataque cibernético; uma atividade imersiva sobre o conceito de CTF (Capture the Flag); e a participação de uma assistente virtual baseada em IA Generativa. 

Os principais assuntos do evento

Além das empresas expositoras e do ambiente propício para networking e novos negócios, o principal foco do congresso FEBRABAN foram os conteúdos e discussões trazidos nos painéis e palestras. Nosso time esteve por lá acompanhando a programação e trouxe aqui os highlights do evento. 

Resolução nº6

Não dá para falar sobre o cenário atual de medidas de prevenção a fraudes sem citar a principal iniciativa do Banco Central nos últimos meses: a Resolução Conjunta nº6. E, é claro, que em um evento como esse, o assunto não poderia passar em branco. 

Ele foi tema do painel “Evolução normativa para prevenir fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro.” A conversa trouxe representantes do Banco Central e foi mediada por Adriano Volpini, Diretor do banco Itaú. 

A apresentação iniciou mostrando um apanhado sobre as questões regulatórias propostas nos últimos anos, evidenciando o crescimento dos canais digitais de transação a partir de 2021, no pós-pandemia. Diante desse cenário, ficou clara a necessidade de cooperação entre o Bacen e o mercado privado, apontando três etapas de evolução para o enfrentamento dos riscos transacionais. 

Começando pela conscientização do cliente bancário sobre a cultura digital e sobre suas vulnerabilidades nesse sistema; passando pelo aprimoramento do onboarding com a melhoria dos controles internos e o uso de dados históricos de fraudes; resultando então na criação de um arcabouço normativo que possibilitasse o compartilhamento dos indícios de fraude registrados em todo o mercado, ou seja, a Resolução nº6. 

Bellini, Chefe do Departamento de Supervisão Bancária do Banco Central, reforçou a importância da adesão de todas as instituições no processo de envio e consulta dos indícios, como uma maneira de construir uma frente unificada na “cruzada contra fraudes”. 

“Enquanto houver investimento que viabilize a concretização da fraude, nós continuaremos perdendo como sistema. Portanto, precisamos entender que o risco não é um problema do cliente, ele é um problema de todo o ecossistema financeiro”, afirmou. 

Ele ainda trouxe um ponto relevante sobre o uso da normativa além do compliance, tornando-se uma ferramenta de enriquecimento para a análise transacional das instituições. 

No caso do DataBusters, solução para atender as exigências das Resoluções nº6 e nº343, nossos clientes contam com score para enriquecimento do motor de decisão, rede de relacionamento para visualizar as conexões entre os dados consultados e monitoramento de carteira programado, para consultar automaticamente CPFs e CNPJs da sua base de usuários que possam estar registrados na interoperabilidade. 

Sobre os próximos passos, Antonio Marcos Fonte Guimaraes, também do Banco Central, afirmou que a ampliação do escopo já está em andamento, possibilitando a inclusão de novos registros na base de dados compartilhada, como a de transações por criptoativos. Ele ainda afirmou que também está em desenvolvimento uma resolução própria para detalhar como será feito o monitoramento dos registros pelo órgão regulador. 

Plataforma Tentáculos

Outro assunto com grande destaque no 1º Congresso de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN foi a Plataforma Tentáculos. O tema abriu o segundo dia de evento, trazendo para o palco principal o debate entre Erik Siqueira (Polícia Federal), Otavio Margonari Russo (Polícia Federal) e Adriano Volpini (Itaú), mediado por Walter Tadeu (FEBRABAN). 

A iniciativa surgiu em 2007 para facilitar a investigação de crimes financeiros contra a Caixa Econômica Federal, e expandiu para outras instituições a partir da parceria firmada com a FEBRABAN. 

Hospedado na infraestrutura de TI da Polícia Federal, o sistema oferece um repositório único de dados, que permite o compartilhamento de informações entre as entidades financeiras e as polícias civis dos Estados, facilitando o processo de investigação das fraudes. A plataforma contempla os dados de onboarding e transacional. 

Além das 30 instituições bancárias filiadas à federação e que já contribuem com a PF, em dezembro do ano passado, o projeto também ganhou a adesão da Zetta, associação com grandes players do mercado financeiro e mais de 30 participantes. O próximo passo agora é a parceria com a Abranet – Associação Brasileira de Internet, que assinará um acordo de cooperação ainda em maio de 2024. 

O principal objetivo da Polícia Federal ao estimular a adesão à Plataforma Tentáculos é ter o maior número possível de fontes de informação para analisar o risco de forma macro, focando em toda organização que envolve a fraude e detectando esquemas maiores que afetam o ecossistema financeiro. 

Entre 2018 e 2023, a iniciativa resultou em mais de 570 operações, cumpriu 1220 mandados de busca e efetuou mais de 200 prisões. 

Inteligência Artificial

E é claro que o assunto inteligência artificial também encontraria um espacinho na programação do 1º Congresso de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN. Presente em diferentes discussões, a tecnologia foi abordada não só como uma solução para automatizar a análise e acelerar o processo de prevenção à fraude, mas também como ferramenta utilizada pelos próprios criminosos. 

A partir da criação dos deepfakes, os fraudadores conseguem utilizar a IA para criar vídeos e áudios falsos, capazes de tornar a abordagem ainda mais convincente à vítima. Um dos casos citados foi o da multinacional em Hong Kong que teve mais de US$25 milhões roubados a partir dessa técnica. Na ocasião, os criminosos simularam ligações de videochamada, feitas pelo Diretor Financeiro da empresa, solicitando diversas transações. 

Outro ponto abordado foi a ascensão do uso dessa tecnologia na criação de novos malwares bancários, capazes de usar aprendizado de máquina para evoluir e personalizar a abordagem, identificando quais são as vulnerabilidades de cada sistema. 

Durante as discussões regulatórias, o assunto inteligência artificial também foi abordado, citando as iniciativas europeias como referência para criar uma estrutura normativa que regulamente o uso da tecnologia e determine quais são os limites legais que envolvem a aplicação da IA, principalmente para evitar o uso desse recurso por criminosos.  

Cooperação público/privada

Um dos temas que uniu a maioria dos painéis do 1º Congresso de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN foi a importância das parcerias público/privadas no enfrentamento do crime financeiro e na criação de um ecossistema mais seguro.

Na abertura do evento, durante a palestra “Segurança do sistema financeiro brasileiro”, Isaac Sidney, Presidente da FEBRABAN, relembrou a criação do Grupo Consultivo de Repressão a Fraudes, que reuniu 28 instituições de diferentes áreas, envolvendo iniciativas públicas e privadas em cerca de 2.500 indiciamentos e prisões sob acusação de fraudes e golpes bancários. 

Além da Plataforma Tentáculos, um dos exemplos citados durante o congresso foi a campanha “Não Seja Um Laranja”, que já caminha para sua quarta fase. A última operação em parceria entre a Febraban e Polícia Federal resultou no cumprimento de 19 mandados em 10 estados brasileiros. Foram apurados casos envolvendo associação criminosa, furto qualificado mediante fraude, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Em sua segunda etapa, a campanha teve 51 mandados de busca executados em 17 estados e no Distrito Federal.

E esse modelo de parceria não deve se manter apenas aqui no Brasil. Com a diluição das fronteiras, a necessidade de cooperação também se estende a outros países, reforçando a importância de uma frente unificada para o combate às fraudes. O tema foi, inclusive, tratado durante o segundo dia, abordando o trabalho da NCFTA – National Cyber-Forensics and Training Alliance dos EUA, da Polícia de Londres e do envolvimento da Interpol e Europol

Data Rudder no 1º Congresso de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN

Apesar do foco principal estar nos conteúdos e debates relevantes para o mercado, o evento também proporcionou um espaço interessante para interação entre empresas e congressistas. 

Distribuídas em três ambientes, 14 empresas marcaram presença no local apresentando soluções para detecção de riscos, tecnologias de autenticação e equipamentos de segurança. 

O time da Data Rudder esteve por lá introduzindo aos visitantes nosso portfólio completo de soluções para monitoramento transacional e prevenção à fraude. Os participantes puderam conhecer mais detalhes sobre o DeLorean Antifraude Transacional, o DataBusters e o Monitora PLD.

Nossa equipe esteve à disposição tirando dúvidas sobre a detecção de contas laranja no PIX, as exigências das Resoluções nº6 e nº343 do Bacen, as medidas de prevenção à lavagem de dinheiro das Circulares nº4.001 e nº 3.978, e a recente regulamentação das casas de apostas esportivas proposta pela Lei nº14.790

Para saber como a sua instituição pode se beneficiar com cada um desses produtos, fale conosco e agende uma demonstração. Estaremos em breve no Febraban Tech, saiba mais informações do evento no site oficial

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