Entre os dias 25 e 27 de junho, representantes do mercado financeiro se reuniram no Febraban Tech 2024 para explorar as tendências que estão direcionando o setor. Com o tema central “A jornada responsável na nova Economia da IA”, a 34ª edição do evento contou com 180 estandes e apresentou cerca de 120 painéis de conteúdo, reforçando a tecnologia e a inovação como elementos importantes do segmento.
Além da inteligência artificial, os debates se concentraram em torno de temas como prevenção a fraudes, Open Finance, DREX, perspectivas sobre as novas funcionalidades do PIX e a experiência do usuário no sistema financeiro.
Novamente, participamos deste grande evento e, neste post, selecionamos as principais mensagens que orientaram as discussões!
O que é o Febraban Tech e qual a importância do evento para o mercado financeiro?
O Febraban Tech é promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com o objetivo de reunir os principais líderes, especialistas e profissionais do setor. Durante o evento, são apresentadas as tendências e inovações que estão transformando o mercado, abordando temas como pagamentos, tecnologia, regulação, segurança e sustentabilidade.
Além de servir como uma plataforma para que as instituições se mantenham atualizadas, o encontro oferece possibilidades únicas para estabelecer novas parcerias e fortalecer o networking.
1. O mercado de prevenção à fraude precisa ser preditivo
A participação da nossa CEO, Rafaela Helbing, abre a lista de destaques. Ao lado de representantes das empresas vencedoras da Competição de Pitches da edição anterior do Febraban Tech, ela falou sobre a necessidade de uma abordagem preditiva na prevenção a fraudes durante o painel “Entendendo profundamente o consumidor em uma nova era de dados e IA”
No bate-papo, ela ressaltou a reatividade das áreas de gerenciamento de riscos e defendeu estratégias para impossibilitar as ações dos golpistas. “Esperamos surgir uma nova modalidade fraudulenta e aí sim atuamos para mitigá-la. Precisamos nos antecipar e trabalhar de uma forma mais preditiva, pensando nos possíveis caminhos que o fraudador pode tomar e encontrando maneiras de barrar essa atividade criminosa antes que ela seja concluída.”
Sobre a digitalização econômica e a expansão das fintechs, ela abordou o surgimento de novas empresas financeiras e apontou a importância da democratização do conhecimento para as instituições emergentes.
“Para o futuro, vejo um mercado de prevenção à fraude cada vez mais colaborativo e integrado sistemicamente. Seja no compartilhamento dos indícios ou de novas modalidades de golpe. Quando falamos em segurança, não somos concorrentes, somos parceiros e membros desse ecossistema”, finalizou.
2. O uso de IA no combate às fraudes exige colaboração
A aliança entre instituições também pautou o debate no painel “Fraudes: Novas ameaças, inteligência artificial e impactos sobre o panorama antifraudes”. Os painelistas discutiram técnicas de detecção e repreensão de riscos, e apontaram como as empresas devem se estruturar diante dos desafios.
O bate-papo destacou os seguintes pontos:
IA nas táticas de fraude
Cada vez mais, a tecnologia está sendo usada para aprimorar métodos de engenharia social em ações criminosas. “A gente ainda vive um problema muito latente de engenharia social. Ela continua sendo o principal vetor que vitimiza as pessoas. Hoje, ainda estamos olhando muito para o lado da vítima, nas questões comportamentais. Mas podemos começar a ver essa questão do lado do criminoso”, alertou Lee Waisler, da XP.
Colaboração entre as instituições
A união entre bancos é essencial para confrontar as fraudes. “Quanto mais unido, quanto mais colaborativo for o processo, mais efetivo será o combate a esse tipo de esquema, e maior é a possibilidade de recuperar os valores perdidos. A parceria vai dificultar ainda mais a vida do fraudador”, colaborou Fabiola Marchiori, do Nubank.
Convergência entre as áreas de prevenção e cibersegurança
A visão integrada entre profissionais da área é fundamental para enfrentar os riscos de forma eficaz.
“Boa parte dos ataques hoje podem iniciar na ponta de cibersegurança e terminar em questões de engenharia social. Ou o contrário: começa em uma abordagem persuasiva e termina em uma ataque por malware, por exemplo, passando a ser considerado um risco cibernético. Então, ter uma visão holística e colocar pessoas que tratam do tema em diferentes perspectivas é fundamental”, advertiu José Luis Santana, do C6 Bank.
As definições de fraude vs. golpe
Enquanto a primeira envolve vulnerabilidades bancárias, a segunda tem participação do cliente, seja ativa ou manipulada.
“Do ponto de vista de identidade, quando falamos de golpe, ela é positiva, ou seja, é o cliente mesmo. Mas no ponto de vista de intencionalidade, será que o usuário realmente quis executar aquela transação ou existiu uma manipulação por uma tática de engenharia social?”, questionou Fabiola Marchiori, do Nubank.
Compliance e as iniciativas do mercado
A Resolução nº6 reforçou a importância do compartilhamento de dados entre as instituições, e o Projeto Tentáculos mostrou os efeitos da cooperação público/privada na penalização dos criminosos e redução dos riscos financeiros. Certificações e parcerias, como o Celular Seguro, mostram o compromisso do setor em garantir a segurança aos usuários.
“O Banco Central nos provocou positivamente com a Resolução nº6. A normativa trouxe muitos desafios para todo o ecossistema, mas também uma contribuição muito grande. Outro ponto importante da RC06 é a comunicação. De uma forma indireta, trouxe uma colaboração entre os bancos para padronizar a definição do que é considerado um indício de fraude”, finalizou Lia Pilatti, do Banco do Brasil.
3. Regulamentação da IA precisa proteger os direitos fundamentais
O painel “Inovação + proteção: o desafio da regulamentação na implementação de IA” destacou a importância de uma regulamentação que proteja, sobretudo, os direitos fundamentais.
“Provavelmente vamos precisar reinterpretar esses direitos e reformular abordagens eficazes que protejam os cidadãos. Em essência, buscamos preservar a identidade pessoal e a cidadania”, alertou a advogada Ana Frazão.
Para os especialistas, a explicabilidade é outro ponto crítico que exige cooperação entre reguladores e setor privado. Para eles, educar as pessoas sobre o tema, como aconteceu com a LGPD, é um passo importante para a desmistificação da tecnologia e, consequentemente, conquistar a confiança do público.
“Já temos benefícios com o uso da IA, e isso também ajuda a estimular a confiança. Usamos o recurso, por exemplo, contra ataques de cibersegurança e na prevenção de fraudes. Mesmo assim, é importante desmistificar e reforçar que a ferramenta agrega. Temos que tirar o medo que as pessoas têm das novas tecnologias”, finalizou Tiffany Bigio, do Citi.
4. Relacionamento com o cliente é o atual foco do Open Finance
Os painéis dedicados ao Open Finance ressaltaram os avanços, desafios e panoramas dessa inovação no setor financeiro brasileiro. As discussões foram unânimes em apontar que o foco agora deve ser o cliente, que está cada vez mais empoderado ao decidir com quem vai compartilhar os dados.
Além da necessidade de oferecer uma experiência transparente e simplificada, para Fernando Bramont, do Banco do Brasil, é preciso aumentar a relevância, pensando que hoje as pessoas têm conta em até 5 bancos.
“Não existe mais entrega de produto sem questionar: reduz tempo? Reduz risco? Aumenta a chance de prosperidade?”, falou ao painel “O avanço da iniciação de pagamentos e as oportunidades das transferências inteligentes no Open Finance”.
Os participantes enfatizaram a importância de transformar produtos em plataformas dinâmicas, que respondam diretamente às necessidades dos usuários, especialmente em um ambiente onde a competição pela melhor experiência é o que mais conta. “O Open Finance já faz isso e nos permite conhecer mais o cliente para chegarmos na hipersonalização”, disse Bramont.
Outros tópicos também foram debatidos, como conscientização e educação, segurança contra fraudes, comunicação entre as instituições e automações impulsionadas pela IA.
5. O combate às fraudes PIX deve ser contínuo
No painel “PIX, o novo trilho universal”, os palestrantes enfatizaram o impacto revolucionário da modalidade, que cada vez mais estabelece um novo padrão no mercado e simplifica processos em diversos setores, como B2B, apostas e indústria em geral.
No entanto, a questão da segurança também pautou o bate-papo. Para Marcelo Santos, da Claro/Claro Pay, as iniciativas de prevenção são um recurso imprescindível para redução de golpes.
“Este é um desafio constante para os bancos, que precisam estar sempre um passo à frente dos fraudadores. Apesar das medidas robustas implementadas, os criminosos também evoluem suas técnicas, o que exige uma vigilância ininterrupta e uma atualização constante dos sistemas de proteção”, disse Santos.
Sobre o futuro do método instantâneo, os especialistas falaram das novas funcionalidades, como o PIX Automático e o PIX Crédito, além da integração com o NFC para pagamentos sem contato. Embora os QR Codes sejam práticos, eles acreditam que há potencial para aprimorar a experiência com a aproximação, com boas perspectivas de aderência e mais eficiência para os usuários.
6. Popularização do DREX é o grande desafio para o setor
Na segunda fase de implementação do DREX, o Banco Central avança na introdução da moeda digital no cenário financeiro brasileiro. Agora, bancos e fintechs serão convocados pelo regulador para testar as funcionalidades.
Apesar disso, a maioria da população ainda desconhece o DREX. “Um desafio que notamos é o aculturamento e conhecimento sobre o tema. Existe uma necessidade de que todos compreendam esse assunto, para que a gente possa superar a fase piloto”, disse Solange Parisoto, consultora da Sicredi, em participação no painel “Os novos passos da evolução do DREX.”
O debate também abordou preocupações com a segurança das operações em uma economia tokenizada e concluiu que, para superar essas resistências, o Bacen e as instituições precisam estabelecer plataformas seguras e eficientes, capazes de realizar transações de ativos digitais e oferecer soluções relevantes aos usuários finais.
“O DREX é um grande impulsionador do mercado e um propulsor da economia tokenizada. Mas ainda existem desafios. Um deles é o cenário regulatório. Precisamos construir um arcabouço positivo que viabilize a segurança e escalabilidade da moeda digital”, falou Regina Pedroso, diretora executiva ABToken, ao painel “Tokenização de ativos traz possibilidades para além do mercado financeiro.”
7. Acesso ao crédito é essencial para a inclusão financeira
Bancarização não é inclusão. Um desenvolvimento econômico inclusivo só é possível com oferta de crédito, principalmente para a população de baixa renda. Esta foi a mensagem do painel “Inclusão financeira para a base da pirâmide”, com Antonio Soares, CEO da Dock.
Embora o PIX tenha ajudado a bancarizar milhões, Dock reforça que ainda é preciso criar mais inclusão financeira. “Essa é a grande lacuna que precisa ser preenchida. A bancarização, sozinha, não tem o mesmo efeito da inclusão financeira real, que não acontece sem crédito”, afirmou Dock.
Nesse cenário, Dock acredita que as fintechs têm potencial para ajudar na inserção de nichos excluídos. E a grande aposta são as finanças embarcadas (“embedded finance”), tendência de mercado em crescimento, direcionada para a oferta de serviços como meios de pagamentos, créditos e seguros por empresas não financeiras.
A Data Rudder está atenta às constantes transformações do setor financeiro na América Latina
Participar do Febraban Tech 2024 foi mais uma oportunidade para conexões e aprendizados. Foi também muito prazeroso receber clientes, parceiros e amigos do banking brasileiro em nosso stand para compartilharmos ideias, perspectivas e expectativas para o futuro do setor.
Acreditamos que, juntos, podemos construir um universo financeiro mais forte, justo e inclusivo para todos.
Mais uma vez, constatamos como as nossas soluções se encaixam perfeitamente nas tendências e cumprem a missão de desmistificar o mundo das finanças.
Nosso time esteve à disposição dos visitantes para apresentar nossas soluções: DeLorean Antifraude Transacional, DataBusters e Monitora PLD.
Também esclarecemos dúvidas e tivemos trocas significativas sobre temas como detecção de contas laranja no PIX, exigências das Resoluções nº6 e nº343 do Bacen, regulamentação das casas de apostas esportivas e prevenção à lavagem de dinheiro
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