Do PIX à Resolução nº6: veja os destaques do Fraude em Foco

Publicado em 01/11/23 | Atualizado em 01/11/23 Leitura: 14 minutos

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Do PIX à Resolução nº6: veja os destaques do Fraude em Foco

Do PIX à Resolução nº6: veja os destaques do Fraude em Foco

No dia 25 de outubro, o mercado de finanças, tecnologia e prevenção de riscos se reuniu no Fraude em Foco, um evento realizado entre a Data Rudder e a Neoway. O encontro aconteceu presencialmente em São Paulo para discutir os rumos da indústria financeira a partir dos avanços na segurança do PIX e na implementação da Resolução Conjunta nº6, o documento que estabelece o compartilhamento de indícios de fraude entre as instituições. 

Neste post, vamos compartilhar os principais detalhes do evento, contar quem foram os palestrantes que marcaram presença, quais foram os temas mais relevantes e os produtos da Data Rudder que ganharam destaque nessa ocasião. Vem conferir!

Parceria Neoway e Data Rudder

Antes de falar sobre o Fraude em Foco, vamos explicar como surgiu nossa parceria com a Neoway, uma empresa do grupo B3 – a bolsa de valores do Brasil. 

Em 2022, a Neoway e a B3 lançaram o Smart, um programa de potencialização de negócios voltado para startups. A ideia do projeto é unir a expertise das empresas para acelerar o processo de amadurecimento das participantes, gerar networking e criar oportunidades de parceria com uma base de mais de 700 clientes. 

A Data Rudder foi uma das nove startups selecionadas para a primeira leva do programa. Recebemos mentorias, acesso à infraestrutura de dados e outros recursos que nos ajudaram a desenvolver e aprimorar nossos produtos. 

Com os dados fornecidos pela Neoway, por exemplo, criamos o score de risco presente nos nossos Antifraude Transacional e Antifraude PIX. As informações são cruzadas com dados históricos, enriquecendo o motor de risco com variáveis que ajudam a contextualizar o comportamento do usuário no mercado. 

Recentemente, também desenvolvemos um novo produto ao lado da B3. O DataBusters foi idealizado em conjunto com a empresa, utilizando a segurança, neutralidade e governança de dados da instituição. 

Detalhes do Fraude em Foco

O Fraude em Foco foi idealizado para fomentar o debate sobre dois assuntos relevantes neste momento: a segurança no ambiente PIX e as implicações da Resolução nº6

O método de pagamentos instantâneos vem gerando discussões desde seu lançamento, em novembro de 2020. Prestes a completar três anos de existência, o sistema tem evoluído e aprimorado seus mecanismos de segurança para lidar com o aumento significativo de fraudes PIX

O tema, inclusive, nunca foi tão comentado entre as instituições financeiras e entre os próprios usuários. Recentemente, a FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos, que esteve presente no evento, lançou uma campanha de conscientização para a população, chamada “Pare e Pense: Pode ser Golpe”. 

Já a Resolução nº6, tem sido o principal assunto em debate entre as entidades do mercado financeiro nos últimos meses. Desde que o documento foi publicado pelo Banco Central em maio deste ano, as instituições estão correndo contra o tempo para se adequar às exigências da normativa, que determina o trabalho colaborativo de todo ecossistema financeiro para combater as fraudes. 

Foto: Luciana Cassia.

Com esses assuntos em foco, o encontro promoveu o ambiente ideal, contando com a participação de lideranças do mercado, profissionais das áreas de inovação e prevenção à fraude, e especialistas na indústria financeira. 

O evento aconteceu no espaço JK, em São Paulo, durante o período da manhã e se estendeu para um almoço de networking entre os convidados. A programação foi dividida entre palestras e apresentações, contando com momentos dedicados à troca de experiências entre os speakers e os participantes. 

Palestrantes

Para comandar as conversas, o Fraude em Foco contou com a participação de Dorival Dourado, sócio da AF Partners, conselheiro e investidor anjo nas áreas da saúde, educação, serviços financeiros e legais. 

Com mais de 45 anos de experiência em cargos executivos de empresas nacionais e internacionais, o profissional compartilhou com a plateia sua visão sobre a transformação da indústria financeira em um mercado cada vez mais digital. Ele destacou, inclusive, como a chegada da Resolução nº6 reflete um movimento colaborativo que só é possível graças à tecnologia e inovação. 

Foto: Luciana Cassia.

Ao lado dele, estiveram também representantes das maiores entidades do mercado financeiro brasileiro. O evento contou com a participação do Marcio Contador – chefe de subunidade do Banco Central, Osmar Fregatto – assessor técnico da FEBRABAN, Tadeu Silva – presidente da Acrefi e Icaro Demarchi Araujo Leite – superintendente de produtos da B3. 

Temas em destaque

Utilizando o PIX e a Resolução nº6 como pontos de partida para o Fraude em Foco, alguns assuntos foram ganhando destaque ao longo das palestras. Para resumir esses temas, aqui trouxemos quais foram os cinco assuntos mais comentados durante o evento

Transformação digital da indústria financeira

O tópico surgiu logo na introdução feita pelo empresário Dorival Dourado e seguiu como gancho para a palestra conduzida por Tadeu Silva, presidente da Acrefi. 

O assunto virou destaque e não é à toa. Para falarmos sobre todas as movimentações do mercado em relação aos mecanismos de segurança, temos que reconhecer os avanços significativos da área em relação à tecnologia e inovação. Para Tadeu, a agenda do Banco Central sobre a digitalização da economia, através do PIX e do Open Finance, fez com que o mercado tivesse um crescimento exponencial em relação às ofertas digitais.

Ele continuou a conversa relacionando como esse avanço do sistema financeiro resultou também no aumento das fraudes, principalmente no cenário da América Latina. Assim como os usuários, os criminosos também são beneficiados com a praticidade e agilidade decorrente da digitalização. 

O empresário concluiu apontando como as instituições se mantiveram vulneráveis mesmo direcionando o olhar para a inovação e para a experiência do cliente dentro do contexto das fraudes. Ele destaca que o risco não é algo atual, mas que, até então, as empresas tinham que combater a ameaça de uma forma não digital. 

Foto: Luciana Cassia

O assunto voltou a ser discutido quando Osmar Fregatto, representante da FEBRABAN compartilhou insights sobre a jornada da fraude e como a federação tem trabalhado na criação de parcerias para reforçar as ações de prevenção. Ele apontou as táticas de engenharia social e acesso mobile como uma das principais preocupações das instituições atualmente. 

O assessor técnico da FEBRABAN apontou que, com o uso dos celulares e a popularização dos bancos digitais, temos em mãos informações pessoais, profissionais e financeiras; o que, segundo ele, representa não só uma praticidade, mas também um risco potencial para a população.

Fregatto aproveitou a oportunidade para falar sobre projetos que estão em andamento dentro da federação para garantir a eficiência das áreas de prevenção à fraude e, consequentemente, a segurança dos usuários. Ele também apresentou mais detalhes sobre a parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para o bloqueio imediato de aparelhos denunciados por fraude.

Foto: Luciana Cassia

Cooperação no mercado

Com a Resolução nº6 do Bacen entre as pautas mais comentadas, a colaboração entre as instituições financeiras foi certamente um dos assuntos que ganhou destaque. 

Comentando a fala de Dorival Dourado no início do Fraude em Foco, Tadeu Silva falou sobre como o compartilhamento das informações já era algo necessário e idealizado pelas instituições. Ele destacou ainda que o combate ao “inimigo” feito de forma individual foi responsável por tornar o sistema mais vulnerável e o processo mais custoso para as entidades.

Sobre a normativa, ele destacou que o mercado está vivenciando uma decisão histórica, que ressalta a importância do trabalho colaborativo como motor de combate às fraudes financeiras. 

Ainda sobre o assunto, Marcio Contador trouxe em sua fala mais detalhes sobre como o regulador enxerga esse trabalho conjunto entre as instituições. Segundo o Chefe de Subunidade do Banco Central, o órgão espera que haja uma autorregulação do mercado em relação às mudanças propostas pela normativa. 

Ele ainda explicou qual foi uma das etapas necessárias para o desenvolvimento interno do projeto.

“De forma geral, cada instituição estava tratando as ocorrências de fraude isoladamente. Para propor o cenário colaborativo determinado pela Resolução nº6, o Banco Central fez um estudo com grandes instituições do mercado, com o objetivo de identificar fragilidades nos processos de prevenção à fraude, determinar a regularização de eventuais deficiências e cobrar a adoção de melhores práticas de monitoramento e controle.” 

Foto: Luciana Cassia

Interoperabilidade entre sistemas

Entrando em assuntos técnicos relacionados ao compartilhamento dos indícios de fraude entre as instituições, outro assunto que se destacou no Fraude em Foco foram as dúvidas relacionadas à interoperabilidade dos sistemas

No caso, para realizar o envio e consulta dos dados, as entidades terão que contar com um sistema eletrônico, como o nosso DataBusters, que deverá “se comunicar” com todos os outros sistemas ofertados no mercado. A ideia é que as instituições possam consultar todas as informações de fraude contidas nessa base. 

“Foram discutidos dois modelos de trabalho para promover a interoperabilidade. O modelo 1 seria de uma base unificada, onde todas as informações estariam centralizadas nesse local. O modelo 2, que foi o escolhido pelas empresas, tem o funcionamento a partir de uma tabela de rotas. Isso significa que no momento que a instituição realizar uma consulta, nós vamos bater nessa tabela de rotas e verificar se existe ou não um indício para aquela chave. Se não existir, eu não tenho nenhum dado para retornar. Se existir, a gente vai retornar informação completa para o cliente”, explicou Thais Nolasco, COO da Data Rudder. 

Ela ressaltou que esse processo acontecerá independente do sistema de compartilhamento ou da quantidade de clientes que o prestador de serviço tem. O dado sobre o indício de fraude precisa estar disponível para o mercado inteiro, garantindo o compartilhamento da informação. 

Foto: Luciana Cassia.

O papel do Bacen na implementação da Resolução nº6

Um dos objetivos do Fraude em Foco foi ajudar os convidados a esclarecer dúvidas que ainda persistem sobre a Resolução nº6. Para isso, Marcio Contador trouxe alguns pontos de atenção em relação ao envolvimento do Banco Central na normativa. 

Durante o bate-papo, ele evidenciou qual será o papel do regulador no processo de integração dos dados e implementação da resolução. A ideia é que o Bacen atue na fiscalização, garantindo não só o cumprimento das exigências, mas também avaliando os registros e as disparidades entre uma instituição e outra. 

Os dados reportados pelas empresas não serão mantidos pelo Banco Central, mas estarão disponíveis para que o órgão utilize as informações como base para avaliações internas. O regulador vai avaliar, por exemplo, se uma instituição está reportando um número excessivo de fraudes, ou se não está registrando uma quantidade semelhante a outras entidades do mesmo porte. A partir disso, será possível entender o que está acontecendo no mercado e tomar as medidas necessárias para garantir a eficiência e segurança do sistema financeiro. 

Desafios da normativa BCB nº6

O tópico Resolução nº6 surgiu antes mesmo do Fraude em Foco, durante o webinar que promovemos na semana anterior ao evento. Na ocasião, a CEO Rafaela Helbing conversou com Icaro Leite – Superintendente de Produtos da B3 e Ricardo Raposo – Diretor de Data & Analytics da B3. 

No bate-papo, um dos assuntos levantados sobre a normativa foram os desafios que as instituições e as prestadoras de serviços teriam que enfrentar para garantir a conformidade e eficiência da resolução. Durante a conversa, Rafaela destacou dois pontos de atenção: a incidência de falsos positivos e o tempo de resposta necessário para a consulta dos dados, considerando que o PIX é uma das principais fontes de fraude. 

Gerando ainda muitas dúvidas entre as instituições, o assunto falso positivo voltou a ser discutido no encontro. Falando sobre indício, existe ainda muita incerteza do mercado em relação ao que deve ser considerado uma suspeita e de que forma é preciso conduzir as análises antifraude para evitar que um falso positivo seja compartilhado entre todas as instituições. 

Para evitar isso, caberá às empresas tomarem as devidas providências, levando em consideração o relacionamento com o cliente e a reputação das instituições. Será necessário reavaliar o desempenho dos sistemas antifraude, que fazem a primeira etapa de avaliação da operação, ou até recorrer a outras funcionalidades complementares que oferecem esse suporte. 

No caso da DataBusters, por exemplo, oferecemos recursos exclusivos, capazes de enriquecer o motor de decisão das entidades financeiras para a identificação de falsos positivos e contas laranja

Foto: Luciana Cassia.

Apresentações

Além das palestras, o Fraude em Foco também trouxe apresentações dos principais produtos desenvolvidos pela Data Rudder, em parceria com a Neoway e com a B3. As soluções atendem as demandas do mercado especificamente nos temas centrais do evento: PIX e Resolução nº6. 

Antifraude PIX

Nossa plataforma de prevenção à fraude em operações instantâneas foi desenvolvida com recursos específicos para atender as particularidades do PIX. 

Além de oferecer um dashboard completo de acompanhamento das análises e um ambiente seguro para o teste de regras parametrizáveis, o DeLorean Antifraude PIX também conta com:  safe zones (criação de zonas seguras que enriquecem o aprendizado do modelo sobre a localização do usuário) e score de chave PIX (cruzamento de dados históricos e informações de mercado que gera uma pontuação sobre a probabilidade de fraude associada a cada chave). 

Toda análise é realizada em até 80 milésimos de segundo. 

DataBusters

Outro produto apresentado durante o Fraude em Foco foi o DataBusters, nossa solução em conjunto com a B3 para apoiar as instituições no cumprimento da Resolução nº6. Mais que compliance, oferecemos um sistema de envio e consulta de dados que funciona via API ou plataforma, com recursos complementares para enriquecer a análise antifraude. 

Usuários do DataBusters podem acompanhar os registros em um dashboard completo e realizar a consulta dos dados por CPF, CNPJ, email, telefone ou chave aleatória. Na aba de granularidade, é possível verificar o selo de qualidade da informação, que revela a nível de integridade da informação consultada, e o score de risco, que atribui uma pontuação para a probabilidade de fraude associada ao indício. 

Esses resultados são gerados a partir do cruzamento de dados históricos e informações de mercado obtidas em parceria com a Neoway, disponibilizando às instituições uma representação visual da rede de relacionamento atrelada a um determinado indício de fraude. 

O mercado antifraude em movimento

O Fraude em Foco foi encerrado com a fala do Ícaro Leite, superintendente de produtos da B3 e nosso parceiro no desenvolvimento do DataBusters. Durante sua palestra, ele retomou os principais pontos levantados durante o evento e trouxe sua visão sobre os assuntos comentados. 

Ele pontuou que o processo de implementação da normativa precisa ser colaborativo e reforçou que o mercado verá grandes mudanças a partir do compartilhamento de informações. Sobre o DataBusters, ele comentou: “Eu acredito que nos próximos meses vamos continuar avançando, trazendo mais empresas para o nosso ambiente, e trabalhando melhor as informações para, consequentemente, criar um sistema mais seguro para todo mercado.”

Para continuar falando sobre esses assuntos, nosso time está à disposição. Participe do nosso fórum no WhatsApp ou agende uma reunião. 

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